segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Novidade quente!

Olá meus amigos!




















O Céu Adentro! tá de casa nova (Agora no portal São Carlos Agora) e agora se chama Aperte o Play!  A mudança se faz necessária para que consigamos uma maior visualização das informações e também para que este blog assuma uma identidade mais ativa na cena.

Em breve, o Céu Adentro se transformará em algo muito maior que um blog e suas idéias chegaram a vocês em forma de música! Aguardem!

Agora, nosso novo endereço é o seguinte: http://blogs.saocarlosagora.com.br/aperteoplay/

Enjoy!






sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Disco para download - Noel Gallagher’s High Flying Birds


Sete meses depois de Different Gear, Still Speeding, primeiro álbum do BeadyEye, banda de seu irmão Liam, a voz do Oasis, Noel responde com um grande disco, que remete a primeira metade dos anos 90, quando o Oasis era o dono do mundo.

A volta de um dos maiores compositores dos anos 90 e cérebro pensante do Oasis é de fato empolgante. As letras continuam extremamente bem trabalhadas, assim como os arranjos.

Para participar do seu grupo, Noel chamou um componente de sua  ex-banda, o tecladista Mike Rowe, além do baterista Jeremy Stacey (do grupo pop inglês The Lemon Trees) e o percussionista americano Lenny Castro, cujo currículo estrelado inclui trabalhos com os Rolling Stones, Eric Clapton, Quincy Jones, John Mayer, Barbra Streisand e Maroon 5.

O resultado foi uma banda experiente, concisa e focada, liderada por um artista maduro e, sobretudo, muito talentoso.

Os destaques, na minha opinião, vão para  Stop The Cloks, I Wanna Live In A Dream In My (Record Machine) e Everybody’s On The Run. O link para download está logo abaixo. ENJOY!

Noel Gallagher’s High Flying Birds 

Tracklist:

01 – Everybody’s On The Run
02 – Dream On
03 – If I Had A Gun…
04 – The Death Of You And Me
05 – (I Wanna Live In A Dream In My) Record Machine
06 – Aka… What A Life!
07 – Soldier Boys And Jesus Freaks
08 – AKA… Broken Arrow
09 – (Stranded On) The Wrong Beach
10 – Stop The Clocks

Bonus Track:
11 – Alone On The Rope (Bonus Track)
12 – A Simple Game of Genius

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

É proibido criticar - Álvaro Pereira Júnior


Por Álvaro Pereira Júnior em 04/10/2011 na edição 662 da Folha de S.Paulo

O jornalista Álvaro Pereira Júnior é um cara bastante polêmico e vira e mexe solta alguns textos que me deixam meio puto, mas dessa vez eu fui obrigado a concordar com ele. Em um texto de sua autoria, publicado na edição 662 da folha de SP, no dia 04/10 ele realmente deixou claro porque a música desse país está uma merda. Goste você ou não. Eu concordo com tudo que ele disse.

Veja o texto na íntegra:

Por uma boa causa, quebrei uma escrita de mais de dez anos: comprei o New Musical Express, o semanário londrino que pauta 100% da imprensa musical do planeta. Fui atraído pela capa, sobre os 20 anos do álbum “Nevermind”, do Nirvana. Mas o que encontrei foi muito além disso. Uma publicação vibrante, bem escrita, quente e, acima de tudo, apaixonada. Bandas de meninos de 19 anos são apresentadas como a salvação da Terra. Álbuns de artistas iniciantes tanto podem ser elevados às alturas mais extremas, quanto eviscerados por uma crítica negativa.

Eu não comprava mais o NME por teimosia. Por julgá-lo uma fábrica de hypes. Por achar melhor pensar com minha própria cabeça do que simplesmente seguir o que o semanário chancela. Mas vejo que vacilei. O NME faz um tipo de jornalismo, e tem uma relação com artistas, impensáveis no Brasil atual. A tensão criativa que ele tão bem expressa não encontra eco por aqui. Pelo menos não no dito cenário independente de São Paulo, que acabo acompanhando mais de perto. Em terras bandeirantes, praticamente não há mais distinção entre jornalistas e músicos. É todo mundo meio blogueiro, meio “tuiteiro”, meio crítico, meio artista. É todo mundo muito amigo, tudo é muito fofo, tudo é muito “amor” (aos mais velhos e aos offline, explico que “amor” vem sendo usado como sinônimo de “ótimo”).

Em qualquer jornal, revista ou site, em qualquer blog ou conta do Twitter, você vai ler exatamente os mesmos elogios para o rap feito sob medida para jornalistas branquinhos de Criolo, para a bossa velha de Romulo Fróes, para o sambinha sem cojones de Thiago Pethit. Para complicar esse quadro de complacência, quase toda a cena de música independente no Brasil está de costas para o público. Não precisa dele. Abrigou-se sob um guarda-chuva estatal ou paraestatal.

Esquema do Sesc paga mais do que merecem

Novos artistas (e muitos nem tão novos assim), praticamente só tocam em dois tipo de casa: Sescs ou no Studio SP, na rua Augusta. Os Sescs, regiamente mantidos por um imposto compulsório, têm uma peculiaridade: pagam cachês altos, muito acima do mercado, e cobram ingressos baratos (isso quando cobram alguma coisa). E o Studio SP, uma potência que não para de crescer (tem agora um irmão recém-inaugurado, o Studio RJ), opera numa interface entre o mundo artístico e o político-partidário que eu prefiro não conhecer.

Cria-se assim o seguinte quadro. A crítica não perturba. Todos, “críticos” e músicos, rezam pelo mesmo catecismo consensual. Os artistas não precisam nem querem crescer. Estão satisfeitos com o esquema dos Sescs, que lhes paga mais do que merecem. E não precisam correr atrás de público. Por si, os shows baratos e os festivais gratuitos, bancados por governos, já atraem o pessoal. Aponte um músico ou banda que tenha surgido desse mundo indie estatal de Sescs, Studio SP, verbas da Petrobras, do MinC, de Secretarias de Cultura, um único artista desses que seja maior hoje do que há cinco anos. Não existe.

Um jornalismo musical que vibra e incensa

Pode-se fazer uma crítica política a esses indies estatais, ao seu adesismo lulista e seu aparelhamento de editais e verbas públicas para a cultura. Mas minha crítica é mais simples, tem a ver com estética e mercado. Qual a real inovação trazida por Criolo, Fróes, Pethit e congêneres? E até quando esses indies sambistas – e as bandas do tal circuito “fora do eixo” – vão ficar pendurados em Sescs, festivais gratuitos e dinheiro do governo? Se o lulismo desaparecer um dia, a música brasileira se extingue também?

Sei que não sou o cara ideal para dizer essas coisas. Porque tenho 48 anos e porque nunca morri de amores pela MPB. Este texto pode ser descartado como ressentimento de um coroa que não entende a harmonia brasileira do século 21, ou ranço de um incapaz de captar a beleza de nossa música. Mas acabei escrevendo esta coluna porque a leitura do NME me estimulou. Lembrou-me que, em algum lugar do mundo, existem músicos que buscam de verdade aumentar sua base de fãs porque precisam deles para sobreviver. E existe um jornalismo musical que vibra e incensa, mas que também incomoda. Vou assinar o NME.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O rock, a mídia e o futuro

Que o negócio não tá fácil para quem exerce a profissão de músico neste país a gente já sabe faz tempo. Agora veja bem, imagine-se tocando rock, numa cidade pequena, no interior de um estado super populoso, de um país subdesenvolvido, escondido no sul da América do sul. Complica né? Bom, já que o negócio ta foda mesmo, vamos acrescentar o apoio da mídia para esse tal de rock and roll. ZERO! E agora? Como faz?


Na última semana eu parti em busca de respostas e conversei com vários artistas, amigos envolvidos no meio, empresários, jornalistas e fãs para saber o que todos esperam do futuro do rock, se o mesmo ainda é viável e, acima de tudo, se ele continua vivo.  

Segundo o meu camarada e velho de guerra Fabião, vocal e guitarra da banda de rock Dr. Tobbias, estar no meio do rock nunca foi um lance de moda, mas sim uma opção para a vida, além disso, ele ressaltou a importância  da internet como objeto de divulgação para o estilo. “As pessoas tem muito mais informação hoje e não precisam muito da TV, por exemplo, pra buscar informações. Hoje as pessoas contam com a internet e só depende delas mesmas para conseguir musica de qualidade” disse.

A cantora Natalia Bertoli, que está prestes a lançar seu primeiro disco (após a boa repercussão do single “Você chegou a ser” lançado na internet a alguns meses) concorda. “A mídia anda muito fechada para estilos fora do eixo sertanejo/funk/axé, o que é uma pena. No entanto, a internet está aí e serve como uma grande ferramenta de apoio para todos os músicos deste país que gostem de música de qualidade” afirmou.

Para o empresário Cassio O., que já trabalhou com bandas como Capital Inicial, CPM22, Frejat, Cidade Negra entre outros, no momento a mídia está realmente fechada para coisas mais críticas, como o rock, por exemplo. Mas, ele acredita que em breve o estilo poderá ressurgir com força. “Neste momento a mídia está focada em segmentos considerados “populares” independente de sua qualidade. Mas o rock sempre ressurge das cinzas e isso deverá acontecer em um futuro breve” frizou. 

É preciso admitir que a mídia fez questão de deixar o rock de lado. O que me parece, é que a falta de pensamento crítico das pessoas, tem feito com que estilos mais conscientes como o rock ( que dá muito valor as letras, musicalidade, etc) sejam deixados de lado por uma parcela da população. Só não podemos acreditar que o estilo está morto, porque ele não está. 

O rock está muito vivo e segue ganhando terreno no underground. É lá, direto do submundo continua fazendo as pessoas refletirem sobre o que acontece a sua volta. 

E você? Acha que o rock ressurgirá com força?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Discos para Download - Red Hot Chili Peppers – I’m With You


Depois de um hiato de cinco anos, os americanos do Red Hot Chili Peppers lançaram um novo álbum de músicas inéditas, intitulado “I´m whith you”.

A formação que gravou este disco foi formada por Anthony Kiedis (vocal), Flea (baixo), Chad Smith (bacteria) e Josh Klinghoffer (guitarra), substituindo o genial John Frusciante.

De uma maneira geral, este é um disco bem “mais ou menos”, com poucas canções de real potencial. Os destaques, na minha opinião, ficam por conta de “The Adventures of Rain Dance Maggie”, “Monarchy of Roses” e  “Brenda’s Death Song”.

Nesta bolacha, percebe-se rapidamente que o guitarrista John Frusciante fez muita falta, ainda que seu substituto seja muito talentoso também.

O Red Hot Chili Peppers é uma das bandas mais bem sucedidas da história do rock, com mais de 60 milhões de discos vendidos pelo mundo todo, vencedora de seis Grammys e recordista na quantidade de hits emplacados em primeiro lugar nas rádios alternativas: um total de 11, que somam 81 semanas de liderança nas paradas.

Confira o tracklist  e o link para download do álbum logo abaixo e aproveite!

Tracklist:
01 – Monarchy Of Roses
02 – Factory Of Faith
03 – Brendan’s Death Song
04 – Ethiopia
05 – Annie Wants A Baby
06 – Look Around
07 – The Adventures of Rain Dance Maggie
08 – Did I Let You Know
09 – Goodbye Hooray
10 – Happiness Loves Company
11 – Police Station
12 – Even You Brutus
13 – Meet Me At The Corner
14 – Dance, Dance, Dance

Link para download: http://migre.me/5EJ7y

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Gostar de rock começa a pesar na avaliação profissional

Por Marcelo Moreira

Por mais preconceituoso que seja, não dá para fugir: a forma como a pessoa fala, se veste, age, trabalha, dirige e muitas coisas mais dizem muito sobre o indivíduo. Dá para julgar cada um por esse tipo de coisa? Cada um avalie da forma como achar melhor.

Da mesma forma, os hábitos culturais – os livros que lê, a música que ouve, os eventos frequenta – também dizem bastante sobre as pessoas. Existe a chance de se errar por completo, mas faz parte do jogo.

Dois fatos importantes, apesar de corriqueiros, mostram que os apreciadores de rock podem ter esperança de dias melhores, apesar dos casos recorrentes de preconceito explícito e perseguição por conta do gosto pessoal em pleno século XXI – algumas dessas excrescências têm sido narradas aqui em textos no Combate Rock.

No começo de agosto um gerente de uma grande multinacional instalada no ABC (Grande São Paulo) penava para contratar um estagiário para a área de contabilidade e administração. Analisou diversos currículos e entrevistou 24 jovens ainda na faculdade ou egressos de cursos técnicos.

Conversou com todo o tipo de gente, do mais certinho ao mais despojado, do mais conservador à mais desinibida e modernosa. Preconceitos à parte, procurou focar apenas a questão técnica e os conhecimentos exigidos.

Alguns candidatos até possuíam a maioria dos requisitos exigidos, mas acabaram desclassificados em um quesito fundamental para o gerente: informação geral, que inclui hábitos culturais.

O escolhido foi um rapaz de 20 anos, o penúltimo a ser escolhido. Bem vestido, mas de forma casual, usando rabo de cavalo, mostrou segurança e certa descontração, além de bom vocabulário e de se expressar de forma razoável, bem acima da média.

Durante as perguntas, o gestor observou que o garoto segurava um livro e carregava um iPod. O livro era a biografia de Eric Clapton. Após a quinta pergunta, direcionou a conversa para conhecimentos gerais e percebeu que o rapaz lia jornais e se interessava pelo noticiário.

“Você gosta de rock?”, perguntou o gerente. “Sim, e de jazz também”, respondeu o garoto. O entrevistador não se conteve e indagou se o rapaz se importava de mostrar o que o iPod continha. E viu um gosto eclético dentro do próprio rock: havia muita coisa de Black Sabbath, Deep Purple, AC/DC, mas também de Miles Davis e big bands.

“Não aprecio rock, não suporto o que minhas filhas ouvem, mesmo seja Rolling Stones, meu negócio é Mozart, Bach e música erudita. Mas uma coisa eu aprendi nas empresas em que passei e nos processos seletivos que coordenei: quem gosta de rock geralmente é um profissional mais antenado, que costuma ler mais do que a média porque se interessa pelos artistas do estilo. Geralmente são mais bem informados sobre o que acontece no mundo e respondem bem no trabalho quando são contratados. Nunca me arrependi ao levar em consideração também esse critério”, diz o gerente.

Eric Clapton ajudou um candidato a estágio a conseguir a vaga em uma empresa do ABC

O resultado é que o garoto foi contratado após 15 minutos de conversa, enquanto cada entrevista com os outros candidatos durava 40 minutos. “Não tive dúvida alguma ao contratá-lo. E o mais interessante disso: percebo que essa é uma tendência em parte do mercado há pelo menos três anos, pois converso muito com amigos de outras empresas e esse tipo de critério está bastante disseminado. Quem gosta de rock é ao menos diferenciado”, finalizou o gestor.

Já em uma escola particular da zona oeste de São Paulo, do tipo mais alternativo e liberal, o trabalho de conclusão do ensino médio era uma espécie de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) das faculdades. A diferença é que, para não ter essa carga de responsabilidade, foi criado uma espécie de concurso para premiar algumas categorias de trabalhos – profundidade do tema, ousadia, importância social e mais alguns critérios.

O vencedor geral foi o de uma menina esperta de 17 anos, filha de um jornalista pouco chegado ao rock, mas com bom gosto para ouvir jazz e blues. O trabalho tentava traduzir para a garotada a importância dos Beatles para a música popular do século XX.

Para isso realizou uma ampla pesquisa sobre as origens do blues, do jazz, da country music norte-americana e traçou um panorama completo da evolução do rock desde os primórdios até os megashows de Rush, AC/DC, U2 e Metallica. Seu trabalho contou ainda com a defesa de uma tese em frente a uma banca de professores.

O resultado é que, além do prêmio principal – placa de prata e uma quantia em dinheiro em forma de vale para ser gasto em uma livraria –, acabou sendo agraciada com a proposta de transformar seu trabalho em um pequeno livro, bancado pela escola. Detalhe: a reivindicação partiu dos colegas da menina, que ficaram fascinados com a história do rock – poucos deles eram íntimos do gênero, pelo que o pai da menina me contou.

Os Beatles foram o ponto de partida para uma aluna de um colégio paulistano para traçar um panorama extenso e completo sobre a história do rock; o trabalho ganhou prêmio e vai se transformar em livro.

Seria um flagrante exagero afirmar que gostar de rock facilita a obtenção de emprego ou estágio – ou que quem gosta de rock é muito melhor aluno do que os outros nas escolas. Mas o simples fato de haver reconhecimento de que apreciar rock frequentemente leva a uma situação diferenciada já é um alento diante dos seguidos casos de intolerância e preconceito.

Gostar de rock não torna ninguém melhor ou pior, mais ou menos competente, mais ou menos inteligente. Mas os casos acima mostram que o roqueiro pode se beneficiar de situações em que é possível se mostrar diferenciado, mostrando uma cultura geral acima da média e mais versatilidade no campo profissional. E o que é melhor, isso começa a ser reconhecido por um parte do mercado.