terça-feira, 29 de março de 2011

Bruce Dickinson visita Museu da Tam em São Carlos

A manhã da última segunda-feira (28) com certeza, ficará marcada na vida dos fãs de música pesada de São Carlos e região. A data ficará registrada como o dia em que o vocalista da maior banda de heavy metal de todos os tempos, Bruce Dickinson, esteve em São Carlos para conhecer o museu de aviação da TAM, um dos mais importantes do mundo, localizado na cidade.
O músico chegou ao aeroporto Mário Pereira Lopes em um jato particular por volta das 11h30, e estava acompanhado do vice-presidente do Conselho de Administração da TAM S/A, Maurício Rolim Amaro e do presidente e fundador do Museu de aviação da TAM, João Francisco Amaro, irmão do fundador da empresa, o já falecido Rolim Adolfo Amaro.

Bruce é apaixonado por aviação e pilota o próprio avião da banda, um Boeing 757, apelidado de Ed Force One, pelo mundo todo durante as turnês do grupo.

Apesar dos rumores de que ele não viria a São Carlos por conta dos problemas ocorridos na noite do último domingo (27) durante um show da banda no Rio de Janeiro, o cantor inglês manteve a agenda. Durante a visita, Bruce pode conhecer todo o acervo de aviões do museu e ficou encantado com as aeronaves expostas no local, em especial com o modelo Spitfire Mk. IX, um dos mais famosos aviões de combate da Segunda Guerra Mundial.

Muito calmo e sempre demonstrando alegria, Bruce conheceu todas as aeronaves e inclusive adentrou algumas delas, tomando por alguns instantes a posição de piloto. O cantor também posou para fotografias ao lado de algumas aeronaves.

Após a visita, o vocalista do Iron Maiden concedeu uma entrevista coletiva à imprensa que esperava ansiosamente pelo encontro com o cantor desde a sua chegada. Vale dizer que neste momento houve uma mistura de profissionalismo com entusiasmo de fãs, pois muitos dos profissionais ali presentes seguravam CDs, pôsteres e discos de vinil na esperança de conseguir um autógrafo (inclusive este que vos escreve) do ídolo.

A ENTREVISTA – Durante a entrevista, Bruce Dickinson foi extremamente solícito com todos e respondeu as questões sempre de maneira bem humorada. O cantor afirmou que se tivesse que escolher um dos aviões, optaria pelo Spitfire, além disso, explicou que começou a voar 20 anos atrás e nunca mais parou. Ele também disse que tem um carinho todo especial pela cidade de São Paulo. “São Paulo é uma cidade muito especial pra mim, assim como a Cidade do México e o Rio”, afirmou. Quando questionado pelo Primeira Página se voar lhe inspirava a continuar cantando, Bruce disse: “Sim, me inspira muito. A música para mim é uma forma de contar história e voar realmente deixa minha mente livre”.

O vocalista afirmou ainda que adora conversar e que é muito bom em falar bobagem, além de afirmar que aprendeu algo novo durante a visita. “Eu não tinha ideia que a Força Aérea Brasileira tinha lutado contra os alemães na Guerra e aprendi isso hoje” disse.

P.S. Para este jornalista que vos escreve, ficou a honra de agradecer ao mito por sua música ser tão inspiradora: "Your music changes our fucki´n lives Bruce. Thank you!" e ele respondeu "Yeah! I like that!" SIMPLESMENTE FODA!!!

Após a entrevista coletiva, Bruce autografou alguns discos dos jornalistas presentes e posou para algumas fotos com fãs. Logo após, por volta das 14h, o cantor deixou a cidade e retornou para a capital carioca.


Agradecimentos: Ao meu parceiro de jornal Hever Costa Lima (Muito obrigado por fotografar!) e também a colaboração de outro fã do Iron Maiden e e também companheiro de jornal Danilo Moreno.

Bandas que podem salvar o rock! – Jair Naves

A nova série de reportagens da coluna Aperte o Play do Jornal Primeira Página e do blog Céu Adentro, vai mostrar as mais promissoras bandas do cenário independente do país em 2011.

Para começar, entrevistei o aclamado cantor paulistano Jair Naves, ex-vocalista da banda Ludovic, e que agora comanda uma bem sucedida carreira solo.


Aperte o Play - Qual é a sua Jair, o que você quer com este projeto solo?
Jair Naves - Esse projeto é a minha maior prioridade na vida. Por mais exagerado que soe, é isso. Meu planos são basicamente escrever as melhores músicas que eu conseguir e cantá-las da melhor maneira que eu puder, para com sorte, chegar ao ponto de me sustentar fazendo somente isso e oferecer o mesmo à minha banda.

AP - Porque você optou pela carreira solo e que fim levou a Ludovic?
JN - O último show do Ludovic aconteceu no segundo semestre de 2008 e No começo de 2009, anunciamos o fim do grupo. Depois disso, fiquei um tempo parado, sem saber se continuaria ou não fazendo música. Por fim resolvi que montar uma nova banda acabaria me trazendo os mesmos problemas que ocasionaram o fim do Ludovic. Como eu sempre trabalhei muito focado nas minhas próprias ideias, nas minhas próprias composições, o passo mais natural foi começar a lançar meu trabalho usando meu próprio nome.

AP - Quais os planos para 2011?
JN - O principal plano é terminar o primeiro disco cheio, que pretendemos lançar até o fim do ano. A bem da verdade, creio que todo o ano de 2011 será voltado para o disco, as composições novas e o processo de gravação. Esse disco será o maior desafio da minha vida até aqui, o meu grau de exigência está altíssimo, tenho até certa curiosidade para saber onde tudo isso vai parar. Fora isso, gostaríamos de continuar tocando em todo e qualquer lugar que nos chame.

AP - Como está a agenda de shows?
JN - Está indo bem. Na turnê de divulgação do EP nos apresentamos em muitos lugares, fomos a cidades em que eu nunca tinha tocado anteriormente com nenhuma das minhas bandas antigas. Não sei se conseguiremos manter o ritmo de apresentações por causa dos preparativos do disco novo, mas já sabemos que não vamos parar de fazer shows.
AP - Como funciona o seu processo de composição?
JN - De forma quase inconsciente. As (minhas) músicas de que eu mais gosto são as que foram feitas sem que eu pensasse muito a respeito, em que eu simplesmente deixei as palavras e notas aparecerem sem que eu me censurasse muito. Tenho tentado seguir essa linha com a maior parte do material novo.

AP - Quais são as suas influências?
JN - Tudo me influencia um pouco: cinema, literatura, situações cotidianas, conversas, impressões das coisas que acontecem no mundo e etc. Quanto a música, chega a ser difícil listar. De Dolores Duran a Gil Scott-Heron, de Hüsker Dü a Walter Franco, de Bob Dylan a Devotos do Ódio, são muitos os meus heróis.

AP - Sobre os integrantes, quem são eles? Como entraram para a banda?
JN - A banda que me acompanha é formada por Alexandre Xavier (piano), Daniel Guedes (guitarra e voz), Helena Duarte (baixo e voz) e Mark Paschoal (bateria e voz). Cada um deles veio tocar comigo de formas diferentes: o Daniel e o Mark foram recomendações de conhecidos. Já o Alexandre e a Helena são meus amigos de muito tempo, algumas das pessoas mais importantes da minha vida. Tenho muito orgulho da minha banda e devo muito a eles, eu realmente não poderia estar mais satisfeito. Torço pra poder contar com eles por muito tempo.

AP - Como você observa a cena independente no Brasil atualmente?
JN - É uma questão que merece uma análise um pouco mais profunda do que a que eu poderia fazer aqui, No geral, ainda está bem longe do ideal, a estrutura em geral é bem precária e dificilmente se consegue tirar um bom retorno financeiro disso. De qualquer maneira, houve um crescimento impressionante do cenário de música independente na última década, há dez ou quinze anos era muito pior. Creio que em pouco tempo teremos um quadro mais animador.

AP - O que você espera do rock deste país em 2011?
JN - Espero que apareçam bandas novas boas, que os artistas de quem eu gosto continuem em atividade, que aconteça uma renovação de público e, acima de tudo, espero conseguir lançar meu disco novo ainda em 2011.

AP - Indique 3 bandas que você goste para a galera ouvir este ano
JN - Suéteres, Lupe de Lupe e Quarto Negro. São minhas bandas novas preferidas.

Ouça os sons de Jair Naves no site oficial www.myspace.com/jairnaves

sexta-feira, 25 de março de 2011

Vocalista do Iron Maiden no Museu TAM em São Carlos

O vocalista da banda heavy metal Iron Maiden, Bruce Dickinson, fará uma visita especial ao Museu TAM, em São Carlos (SP), na próxima segunda-feira, dia 28, a partir das 11h30. Dickinson é um apaixonado pela história da aviação e pilota a aeronave Boeing 757 que transporta a banda em sua turnê mundial. Na oportunidade o astro conhecerá o acervo de aviões que a TAM.

Logo mais, fotos direto do evento! Aguardem!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Grandes Mestres da MPB – Chico Buarque de Hollanda*

Francisco Buarque de Hollanda, mais conhecido como Chico Buarque, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944. Filho de Sérgio Buarque de Holanda, um importante historiador e jornalista brasileiro e de Maria Amélia Cesário Alvim, passou a morar em São Paulo em 1946, quando o pai assumiu a direção do Museu do Ipiranga. Desde pequeno, Chico sempre revelou interesses pela música - interesse que foi bastante reforçado pela convivência com intelectuais como Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini.

Em 1953, Sérgio Buarque de Hollanda foi convidado para lecionar na Universidade de Roma, consequentemente, a família muda-se para a Itália. Nessa época, suas primeiras "marchinhas de carnaval" são compostas, e, com as irmãs mais novas, Piiizinha, Cristina e Ana, encenadas.
De volta ao Brasil, produz suas primeiras crônicas no jornal Verbâmidas, do Colégio Santa Cruz, nome criado por ele. Sua primeira aparição na imprensa não foi cultural, mas policial, publicada, inclusive, no jornal Última Hora, de São Paulo. Com um amigo, furtou um carro para passear pela madrugada paulista, algo relativamente comum na época. Foi preso. "Pivetes furtaram um carro: presos" foi a manchete no dia seguinte com uma a foto de dois menores com tarjas pretas nos olhos. Chico não pôde mais sair sozinho à noite até que completasse 18 anos.

CARREIRA - Chico Buarque chegou a ingressar no curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU) em 1963. Cursou dois anos e parou em 1965, quando começou a se dedicar à carreira artística. Neste ano, lançou Sonho de Carnaval, inscrita no I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, transmitida pela TV Excelsor, além de Pedro Pedreiro, música fundamental para experimentação do modo como viria a trabalhar os versos, com rigoroso trabalho estilístico morfológico e politização, mais significativa na década de 70. A primeira composição séria, Canção dos Olhos, é de 1961.

Chico se revelou ao público brasileiro quando ganhou o mesmo Festival, no ano seguinte (1966), transmitido pela TV Record, com “A Banda”, interpretada por Nara Leão (empatou em primeiro lugar com “Disparada”, de Geraldo Vandré). No entanto, Zuza Homem de Mello, no livro “A Era dos Festivais - Uma Parábola” revelou que “A Banda” venceu o festival. O musicólogo preservou por décadas as folhas de votação do festival. Nelas, constam que a música a banda ganhou a competição por 7 a 5. Chico, ao perceber que ganharia, foi até o presidente da comissão e disse não aceitar a derrota de “Disparada”. Caso isso acontecesse, iria na mesma hora entregar o prêmio ao concorrente.

No festival de 1967 faria sucesso também com “Roda Viva”, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4 - amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Em 1968 voltou a vencer outro Festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo como compositor, em parceira com Tom Jobim, com a canção “Sabiá”. Mas desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar: “Pra não dizer que não falei de flores”, de Geraldo Vandré.

A participação no Festival, com A Banda, marcou a primeira aparição pública de grande repercussão apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira, o samba e a MPB também seriam estilos amplamente explorados por Chico.
Chico participou como autor e compôs várias canções de sucesso para o filmes que fizeram muito sucesso como Quando o Carnaval chegar, musical de Cacá Diegues. Adaptou canções de uma peça infantil para o filme Os Saltimbancos Trapalhões do grupo humorístico Os Trapalhões e com interpretações de Lucinha Lins, a peça Morte e Vida Severina e fez outros inúmeros trabalhos relacionados.

TEATRO E LITERATURA - Escreveu também várias peças de teatro, entre elas Roda Viva (proibida), Gota d'Água, Calabar (proibida), Ópera do malandro e alguns livros: Estorvo, Benjamim, Budapeste (que deu origem ao filme homônimo e contou também com a participação especial do escritor) e Leite Derramado.

PROGRAMAS DE TELEVISÃO - Deixou de participar de programas populares de televisão, tendo problemas com o apresentador Chacrinha, que teria feito uma piada com a letra da canção Pedro Pedreiro, ao ouvir o ensaio. Irritado, Chico foi embora e nunca se apresentou no programa. O executivo Boni proibiu qualquer referência a Chico durante a programação da TV Globo, depois que ambos também tiveram um entrevero, mas por pouco tempo, uma vez que ainda durante a década de 1970 (e o começo da de 80) músicas suas constavam das trilhas de várias telenovelas, como Espelho Mágico e Sétimo Sentido. Ao fim da proibição vários anos depois, Chico aceitou fazer um programa com Caetano Veloso, que contou com a participação de outros artistas.

A CRÍTICA À DITADURA - Ameaçado pelo Regime Militar no Brasil, esteve auto-exilado na Itália em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época teve suas canções Apesar de você (que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici, mas que Chico sustenta ser em referência à situação) e Cálice proibidas pela censura brasileira.
Seu retorno ao Brasil é marcado pelo "barulho" organizado por recomendação de Vinicius de Moraes: muita gente o esperando no aeroporto, manifestações de amigos, entrevistas à imprensa e um show marcado na boate Sucata para lançar seu quarto LP, um disco de transição, gravado em circunstâncias complicadas. Durante os anos 70, afasta-se do samba tradicional, variando mais a linha das composições e revelando novas influências como a toada, em Rosa dos ventos, até o iê-iê-iê italiano em Cara a cara. A mudança se reflete também nas letras, nas quais ele parece desvencilhar-se explicitamente do lirismo nostálgico e descompromissado que antes parecia identificá-lo.

Compõe Apesar de você, uma resposta crítica ao regime ditatorial no qual o país ainda estava imerso. Surpreendentemente, a música passaria incólume pela censura prévia e se tornaria uma espécie de hino da resistência à ditadura. Depois de vender cerca de 100 mil cópias, a canção é censurada, o disco é retirado das lojas e até a fabrica da gravadora é fechada. Para o público, não havia dúvidas: o "você" da música era o general Emílio Garrastazu Médici, então presidente da República, em cujo governo foram cometidas as maiores atrocidades contra os opositores do regime. Ao ser interrogado sobre quem era o "você" da canção, Chico responde: "É uma mulher muito autoritária". Após este episódio, o cerco às suas composições endurece.

Em 1980, fecha contrato com a gravadora Ariola, após doze anos de Polygram. Por ironia do destino, a própria Polygram compraria a Ariola no ano seguinte. A pedido da bailarina Marilena Ansaldi, faz as músicas para a peça Geni.Participa da festa do Avante, órgão oficial do Partido Comunista Português, e do projeto Kalunga, em Angola, onde se apresenta, com mais 64 artistas brasileiros, por todo o país. A renda dos shows é destinada à construção de um hospital.

No início dos anos 90 lança seu primeiro romance, Estorvo, publicado pela Companhia das Letras, com o qual ganha o "Prêmio Jabuti de Literatura". Os direitos de publicação de Estorvo são rapidamente vendidos para sete países: França, Itália, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Portugal. Neste último, a venda atingiu 7.500 exemplares em apenas três dias, surpreendendo a Editora Dom Quixote.

Nos anos 2000 Chico se manteve distante dos holofotes lançando diversas coletâneas com antigos sucessos e parcerias. Deste de então raramente Chico faz shows. Atualmente, Chico Buarque é considerado o maior nome da MPB no Brasil, fato que é bastante discutido por muitos fãs e imprensa pois o artista se mostra cada vez mais distante do seu público. As críticas aumentaram ainda mais recentemente quando em uma de suas ultimas turnês os valor dos ingressos custavam muito mais do que um salário mínimo. Isso levou muita gente a questionar o sentido da sigla MPB (Música Popular Brasileira). Fora isso, Chico é um dos maiores nomes da música mundial e peça fundamental quando se fala em música brasileira.

*Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações e fotos retiradas da internet)