terça-feira, 31 de maio de 2011

Semeando a cena independente: Manifesto Discórdia

Ícone da cena independente, Fábio (Nenê) Altro desenvolve manifesto com o objetivo de reagrupar o cenário musical independente e unir bandas e interessados sob um objetivo comum: A música

Nesta entrevista especial, o cantor e compositor paulista, comentou o manifesto e o que espera da cena rock/punk para o futuro.

Aperte o Play! - Como surgiu a idéia de desenvolver um movimento desse tipo?
Fabio (Nenê) Altro - Na verdade eu não usaria muito a palavra movimento, prefiro pensar em “semear um espírito”. A ação mesmo depende das pessoas. Como eu disse no próprio manifesto, escrevi tudo por necessidade pessoal, por sentir a cena da qual faço parte ter cada vez menos espaço e ser saqueada por pessoas que nada tem a ver com punk ou independência.

AP - Qual o propósito do Manifesto Discórdia?
FA - Mostrar para as pessoas que pensam da mesma maneira que elas não estão sozinhas. Não tenho o interesse em criar uma estrutura, uma coisa organizada ou algo assim. O interesse é disseminar o sentimento de revolta e participação que tanto se perdeu em nosso meio, e, é claro, o sentimento de medo nos que acham que podem nos usurpar. Quero que essas pessoas sintam que estamos em todos os lugares e que nem todas as áreas estão disponíveis para roubo.

AP - Como você tem observado a repercussão do manifesto?
FA - Ótima. Não só pelos 5000 acessos em 2 meses (foi publicado dia 1 de Março) mas pelo que vejo acontecer. Muita gente realmente colocou em questão seu motivo de estar na cena e se isso realmente faz parte de sua vida. Fora as respostas diretas, pessoas escrevendo e tal, muita gente está percebendo que a mudança está acontecendo e está buscando trilhar seu caminho nisso de sua própria maneira. Ou pelo menos percebendo que não tem nada a ver e saindo fora, o que também é ótimo.

AP - Qual a resposta que você espera das pessoas que se interessarem por essa causa?
FA - Que não tenham no manifesto uma diretriz mas sim uma certeza de que não estão sozinhas. A apatia e o conformismo que injetaram em nosso meio nos últimos 10 anos nos levou a estagnação e estamos putos com isso. Muitos de nós. E estamos por todas as partes. Nenhum passo mais para trás e todos para cima dos que infectaram nosso meio desses valores ridículos, ou, melhor colocando, da falta de valores. Essa é a hora de uma nova partida. E vamos vencê-la.

Para conhecer mais sobre o Manifesto, acesse http://www.manifestodiscordia.wordpress.com

Entrevista Especial: Nenê Altro (Dance of Days)

A alguns dias atrás, a coluna teve a oportunidade de conversar com um dos maiores ícones da música independente do Brasil, o grande Nenê Altro, líder do Dance of Days. O cantor falou, entre muitas outras coisas, sobre o Dance of Days, bandas novas e cena independente. Confira!

Aperte o play! - Após todos esses anos de carreira, voces ainda se sentem confortáveis tocando juntos?
Nenê Altro - Muito. Dance of Days é minha família. E eles estão presentes mais em minha vida do que qualquer outra pessoa. Após tanto tempo nos conhecemos cada vez mais e acredito que essa intimidade só gere mais conforto. Conhecemos nossas virtudes e defeitos. É como um casamento que continua a dar certo.

AP - Os anos vem e vão e o Dance of Days continua forte na cena, a que você atribui essa longevidade da banda?
NA - Somos garotos simples, com uma proposta simples e honesta. Não somos ambiciosos no sentido comum de ambição, mas sim no de que queremos ser mais e mais ouvidos. Acreditamos em nossa proposta e no que temos a dizer. E nunca sentimos que já dissemos o suficiente. Sempre decidimos tudo em conjunto e traçamos objetivos comuns.

AP - Onde vocês buscam inspiração para continuar compondo?
NA - Viemos da mesma escola e somos uma banda punk. Sempre trocamos novidades, mas sempre acabamos escutando os mesmos discos nas viagens. Os discos saem quando sentimos que tem que sair, que alguma coisa precisa ser dita. Acho que por isso são tão sinceros. Não agradamos a todos pois esse nunca foi nosso objetivo. Queremos agradar a nós mesmos pois, acima de tudo, temos prazer em viver como vivemos e em tocar a nossa música.

AP - O Dance of Days é um dos grandes nomes da cena no Brasil nos últimos anos, mas se mantém na cena independente. Isso acontece por opção da banda? Vocês já foram procurados por algum selo mais famoso?
NA - Sim, a independência sempre foi uma opção. Já tivemos propostas, já pensamos se isso ajudaria ou não a divulgar nossa mensagem mas a resposta sempre foi não. Não acreditamos numa mensagem sem espírito. Mensagens por mensagens são apenas palavras e não nos sentimos apenas uma banda. Não temos nada contra as bandas que assinaram nem tampouco contra os selos que nos estenderam as mãos. Apenas não era pra gente e, por piores que tenham sido nossas fases pessoais nas épocas (problemas financeiros, depressão, frustrações e etc.), a resposta final sempre veio de nossos corações. Não estamos independentes. SOMOS. Com o tempo pararam de nos procurar...

AP - Como é o relacionamento do DOD com as bandas mais novas, visto que vocês estão sempre tocando em parceria com outras bandas?
NA - Não julgamos ninguém. Cada um com seu trabalho e com sua proposta. Tem muita gente com propostas boas surgindo, com as quais identificamos nosso trabalho, bem como tem muita gente que não tem nada a ver com a gente. Mas, se nos respeitam nós as respeitamos. Não temos os mesmos objetivos nem almejamos seu público. Cuidamos dos nossos, sabemos o que queremos. E sabemos com quem podemos contar e até que ponto podemos contar com essas pessoas.

AP - Nenê, você tem outros dois projetos musicais e ainda organiza diversos movimentos, como você consegue organizar o tempo?
NA - E quem disse que eu consigo? rsrsrsÉ só ver o tempo que levei pra responder essa entrevista. O fato é: sou uma pessoa inquieta e sinto sempre que tenho pouco tempo e que quero mais, dizer mais, viver mais, quebrar mais vidraças e atingir mais horizontes. Acho que essa hiperatividade é o que me leva a querer fazer tantas coisas ao mesmo tempo.

AP - Quais são os principais objetivos e metas do DOD para o futuro?
NA - Vamos continuar na estrada. Sempre. Não vivemos sem isso. No segundo semestre lançaremos a edição comemorativa de 10 anos do álbum “A História Não Tem Fim”, junto com um dvd e um documentário sobre como foi a gravação do disco. Ainda estamos na tour do “Disco Preto” mas já tenho rascunhos para novas letras. Acho que sempre teremos algo a dizer.

AP - Indique três bandas que você gosta para o leitor ouvir esse ano
NA - Acho que o termômetro ideal para indicar bandas à outras pessoas é o de serem bandas que você realmente coloca para escutar em sua casa. Gosto do Jack´s Revenge de Diadema, das letras, proposta musical. Sempre leio as letras das bandas que conheço. O trabalho solo do Jair Naves também está cada vez mais impressionante. Ele evoluiu muito não só musicalmente como em sua expressão artística. E tenho acompanhado bastante os novos trabalhos do Deserdados. Acompanho eles desde o primeiro disco, lancei o segundo e acredito que tenham um bom material por vir.

Ainda não conhece a banda ou quer baixar o disco? Vem cá http://bit.ly/a2KlTd

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Turnê da Eletrofan chega a São Carlos para agitar a Virada Cultural


O Aperte o Play! desta semana traz a grande banda Eletrofan de Araraquara, uma das principais atrações da Virada Cultural Paulista que acontece em São Carlos neste final de semana. A banda toca no próximo domingo (15) às 14h, no palco montado na Praça Coronel Salles.

Em tom descontraído, o guitarrista da banda Itaici Perez, falou ao Primeira Página sobre os planos do grupo, após a boa repercussão do álbum Day Sky/ Night Sky lançado recentemente, os shows pelo Brasil, a futura turnê na Europa, a saída do baterista Mark Paschoal e a expectativa para o show de São Carlos. Confira!

Aperte o Play! Qual a expectativa para o show da virada cultural aqui em São Carlos?
Eletrofan - É um grande prazer poder se apresentar na Virada Cultural Paulista. Não sabemos ainda o que esperar do público, mas estamos empolgados em tocar em um evento deste tamanho e principalmente ao lado de artistas que adimiramos como a Karina Buhr e Arnaldo Antunes, grandes nomes da música brasileira. Nosso show começa pontualmente as 14h do dia 15 (domingo), então almoçem mais cedo para chegar a tempo.

AP - Como está a turnê de divulgação do disco?
EF - A turnê de divulgação do álbum já passou por São Paulo, Sorocaba, São Carlos, Ribeirão Preto e Araraquara. Agora voltamos para tocar em Sâo Carlos na Virada Cultural, depois vamos para uma mini-tour pelo Paraná que passará por Londrina e Maringá. E claro, pretendemos tocar em todos os lugares possiveis, sempre onde nos chamarem. Espero que isso seja só o começo.



AP - O público recebeu bem o disco? Quais as impressões que vocês tem disso?
EF - As pessoas tem elogiado o álbum por inteiro. Algumas citam uma ou outra música como preferida e tal, mas em sí parece que estão gostando. E isso é muito gratificante, pois quando estávamos compondo não sabiamos como elas seriam aceitas, principalmente porque elas estavam ligadas paralelamente a nova formação da banda. Ou seja, era formação nova com músicas novas para ser associado. Mas pelo incrivel que pareça conseguimos renovar sem perder a identidade de antes e as pessoas tem gostado da nova formação e das músicas do álbum. É o elogio de um novo ouvinte ou uma crítica vindo de um amigo que nos dá força.

AP - Já estão pensando no próximo disco?
EF - Ainda não. Mas confesso que a cada ensaio apresentamos idéias muito boas, e isso nos empolga para compor logo as novas músicas. Talvez não demore para isso acontecer.

AP - Quando sairá o clipe da banda?
EF - O Videoclipe é algo que temos conversando á um tempo. Estamos em contato com uma equipe muito boa de profissionais que são fãs da banda e amigos, e isso ajuda bastante. Inclusive eles são formados no curso de Imagem e Som da Ufscar, de São Carlos. Pretendemos filmá-lo logo e divulgá-lo o quanto antes.



AP - O disco já está circulando na europa? Há planos para shows no velho continente?
EF - O álbum físico acabou de sair por aqui e estamos enviando para a Fragment Records e Mutant-E Records, que são os selos espanhois que estão distribuindo nosso álbum pelo velho continente, então pode ser que quando essa matéria for publicada eles já estejam circulando por lá. Uma turnê em terras européias também está em nossos planos. Estamos trabalhando em conjunto com os selos e alguns parceiros de lá para que aconteça. Provavalemente no final de 2011 ou começo de 2012.

AP - Como vocês observam a saída do baterista Mark Paschoal e a entrada do baterista novo? Ele está acompanhando legal?
EF - O Mark tem outra atividade musical que estava coincidindo com as datas de compromissos do Eletrofan, daí ele precisou optar. Mas o novo baterista, Rafael Foloni, foi um achado para nós, é um garoto iluminado, como pessoa e instrumentista. Ele "pegou" as músicas em apenas dois ensaios. Podemos dizer que ele entrou na banda de corpo e alma. Ele já até engraxou os sapatos para entrar no clima (risos).

Se você ainda não conhece a banda acesse: www.myspace.com/eletrofan

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Disco para Download: Incubus – If Not Now, When

Taí o novo disco de uma das bandas mais legais do mundo. O novo trabalho do Incubus foi produzido pela fera Brendan O'Brien, responsável por alguns dos trabalhos de Pearl Jam, Rage Against The Machine e Bob Dylan.


O Brandon Boyd, já andou espalhando por aí que considera If Not um trabalho foda. "Este álbum é nossa carta de amor destinada para o mundo. É mais obscuro, mais lento, mais definido e mais envolvente do que qualquer outra coisa que o Incubus já tenha lançado", contou.

O tracklist é o seguinte:

01 – If Not Now, When
02 – Promises, Promises
03 – Friends And Lovers
04 – Thieves
05 – Isadore
06 – The Original
07 – Defiance
08 – In The Company Of Wolves
09 – Switch Blade
10 – Adolescents
11 – Tomorrow’s Food

O link do download é esse aqui: http://migre.me/54sLQ

Enjoy!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Com vocês, o novo single do grande Jair Naves - Um passo por vez

De cada dez pessoas que eu entrevistei para este blog, ou para o caderno de cultura do jornal Primeira Página, aqui de São Carlos, todas foram unânimes em afirmar que Jair Naves é o cara. Óbviamente eu concordei plenamente.
Se você ainda não ouviu nada dele, PLEASE, ouça agora!








Jair Naves - Um passo por vez by Jair Naves

Para baixar o endereço é o seguinte: