Continuando a série de reportagens sobre os grandes mestres da MPB, vou abordar hoje um pouco da obra do mestre João do Vale. De origem humilde, João sempre gostou muito de música. Nascido no pequeno município de Pedreiras no interior do Maranhão, aos 13 anos se mudou para São Luís. Na capital, participou de um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos). Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boleias de caminhões. Passou a frequentar programas de rádio, para conhecer os artistas e apresentar suas composições, em maioria baiões.
Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria “Cesário Pinto” gravada por Zé Gonzaga, essa canção fez sucesso no Nordeste. Em 1953, a cantora Marlene lançou em disco mais uma canção de João “Estrela miúda”, que também teve êxito. Após isso outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria. Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a ideia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro.
Participou desse espetáculo ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 “Se eu tivesse o meu mundo” (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do Show Opinião, no Rio de Janeiro.
João do Vale tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores como “Peba na pimenta” (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e “Pisa na fulo” (com Ernesto Pires e Silveira Júnior) e “baião de 1957” gravado por ele mesmo são grandes exemplos. Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que no ano anterior, havia produzido o LP “João do Vale convida”, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco “João Batista do Vale”, que ganhou o prêmio Sharp de melhor disco regional.
João do Vale partiu para o andar de cima em 6 de dezembro de 1996, mas é considerado até hoje um dos maiores e mais inspirados cantores de toda a história da MPB e por isso é reverenciado por milhares de fãs em todo o Brasil. Infelizmente, o artista fez parte de uma geração marginalizada da música popular, porém seu nome continua forte no cenário nacional e é constantemente lembrado por diversos artistas que ele ajudou a catapultar.
*Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações retiradas da internet)
Sou produtora do programa HERÓIS DE TODO MUNDO, uma série de cinebiografias de personalidades negras nos campos das artes, ciência, política e educação que integra o projeto A COR DA CULTURA – Parceria TV Globo, Canal Futura e Lapilar Produções artísticas. São interprogramas, de 2 minutos cada um, que quer mostrar ao público heróis brasileiros que quebraram barreiras, que venceram apesar dos enormes obstáculos enfrentados, que lutaram por uma vida melhor para todos.
ResponderExcluirGostaria de saber quem é o detentor dos direitos de imagem do JOÃO DO VALE.
Aproveito para solicitar também o acesso ao acervo de imagens e autorização de uso de fotos de arquivo do artista.
Fico a disposição e desde já agradeço.
Patricia Freitas (patcfreitas@gmail.com)