segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

*Grandes mestres da MPB – Raimundo Fagner

Raimundo Fagner nasceu em 13 de outubro de 1949 e foi registrado na cidade de Orós, no interior do estado do Ceará. Aos seis anos ganhou um concurso infantil na rádio local, cantando uma canção em homenagem ao dia das mães. Na adolescência, formou grupos musicais vocais e instrumentais e começou a compor suas próprias músicas. Venceu em 1968 o IV Festival de Música Popular do Ceará com a música "Nada Sou", parceria sua com Marcus Francisco. Tornou-se popular no estado em 1969, após comparecer em programas televisivos de auditório na TV Ceará, e juntou-se a outros compositores cearenses como Belchior, Jorge Mello, Rodger Rogério, Ednardo e Ricardo Bezerra. O grupo ficou conhecido como "o pessoal do Ceará".


Em 1970 mudou-se para Brasília para estudar arquitetura, participou do Festival de Música Popular do Centro de Estudos Universitários de Brasília com "Mucuripe" (parceria com Belchior), e classificou-se em primeiro lugar. A partir de então, Fagner consegue despertar a atenção da imprensa do Sudeste, sendo suas canções intensamente executadas nos bares da capital do país.

Em 1971 foi para o Rio de Janeiro, onde Elis Regina gravou "Mucuripe", que se tornou o primeiro sucesso de Fagner como compositor e cantor. O primeiro LP, Manera Fru Fru, Manera, veio em 1973, incluindo "Canteiros", um de seus maiores sucessos, música sobre poesia de Cecília Meireles.

Apesar de tudo, o Disco vendeu apenas 5 mil cópias e foi retirado de catálogo, e só foi relançado em 1976. O cantor fez, também em 1973, a trilha sonora do filme "Joana, a Francesa", que o levou à França, onde teve aulas de violão flamenco e canto. De volta ao Brasil, gravou no ano de 1975 seu segundo álbum de estúdio, intitulado "Ave Noturna". O disco atingiu um sucesso considerável de vendas, e pela primeira vez, Fagner teve uma de suas canções na trilha sonora de uma novela, "Beco dos Beleiros", de Petrício Maia e Brandão, na novela "Ovelha Negra" da TV Tupi. Seu terceiro disco, intitulado apenas Raimundo Fagner, foi um sucesso de vendas. Este álbum marcava a entrada de Fagner aos repertórios românticos.

Ao mesmo tempo grava músicas de sambistas, como "Sinal Fechado", de Paulinho da Viola e outros trabalhos, como seu quarto disco, Orós de 1977, disco que teve arranjos e direção musical de Hermeto Pascoal. Fechando a década de 1970, lançou mais dois discos: Eu Canto (1978) com outro poema de Cecília Meireles – "Motivo" e Beleza (1979). Fagner foi considerado pelos leitores da Revista Playboy, o melhor cantor do ano de 1979, em segundo lugar ficou Roberto Carlos.

Nos anos 1980 Fagner manteve o lado nordestino, e se dividia ao mesmo tempo com o romantismo. O primeiro LP dos anos 1980 foi Eternas Ondas, que teve na parte instrumental Zé Ramalho, Dominguinhos, Naná Vasconcelos, e muitos outros. Em 1981, Fagner gravou o álbum Traduzir-se um grande marco em sua carreira . Também em 1981, lançou um álbum em espanhol, um antigo sonho de carreira. Em 1982 lançou Sorriso Novo, que tinha como canções, poemas de Fernando Pessoa e Florbela Espanca musicados por Fagner.

Em 1983 gravou Palavra de Amor, que teve participação do grupo Roupa Nova, e Chico Buarque. Nos anos seguintes, gravou os discos A Mesma Pessoa e Semente. Em 1986 lançou o disco Fagner - A lua do Leblon, que superou a marca de 300 mil cópias vendidas. Em 1987, Fagner lançou mais um disco: Romance no Deserto (título em português de uma canção composta e gravada por Bob Dylan no álbum Desire). Este disco superou a marca de 1 milhão de cópias vendidas, e foi lançado também nos Estados Unidos. As canções "Deslizes" e "À Sombra de Um Vulcão" ficaram por mais de 700 dias entre as mais tocadas do Brasil. O último disco da década, O Quinze, décimo quinto disco da carreira de Fagner, recebeu o Prêmio Sharp de melhor álbum do ano.

O primeiro álbum da década, Pedras Que Cantam de 1991 teve como primeira canção de trabalho "Borbulhas de Amor", que tornou-se imediatamente sucesso nacional. O disco recebeu disco de platina tripla por vender 750 mil exemplares, e as canções "Borbulhas de Amor", "Pedras Que Cantam" e "Cabecinha no Ombro" ficaram durante oito meses nos primeiros lugares nas rádios do Brasil. Fagner passou dois anos sem lançar um disco novo. Foram vinte meses de preparo até que o disco Demais fosse lançado em maio de 1993. No ano seguinte lançou o disco Caboclo Sonhador, desta vez com clássicos do forró, com versões de canções de Dominguinhos, Luiz Gonzaga e vários outros. O disco não possui nenhuma canção de sua autoria. Em 1995 fixou moradia em Fortaleza, e lançou mais um álbum: Retratos. O álbum recuperou canções do fim dos anos 1970, ainda não gravadas por Fagner. O vigésimo álbum de sua carreira foi lançado em 1996 com o título de Pecado Verde. Neste mesmo ano, Fagner completava 23 anos de carreira artística. O último disco da década de 1990 foi Terral, que não possuía nenhuma canção de sua autoria.

Em 2001, gravou o disco Fagner que tem canções em parceria com Zeca Baleiro, Fausto Nilo, Abel Silva e Cazuza. A parceria de Fagner e Zeca Baleiro rendeu uma série de shows pelo Brasil. Em 2004, Fagner lançou o álbum Donos do Brasil. O Penúltimo disco lançado por Fagner foi Fortaleza, em 2007 e posteriormente lançou "Uma canção no Rádio" em 2009.

*Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações retiradas da internet)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

*Grandes mestres da MPB – João do Vale

Continuando a série de reportagens sobre os grandes mestres da MPB, vou abordar hoje um pouco da obra do mestre João do Vale. De origem humilde, João sempre gostou muito de música. Nascido no pequeno município de Pedreiras no interior do Maranhão, aos 13 anos se mudou para São Luís. Na capital, participou de um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos). Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boleias de caminhões. Passou a frequentar programas de rádio, para conhecer os artistas e apresentar suas composições, em maioria baiões.

Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria “Cesário Pinto” gravada por Zé Gonzaga, essa canção fez sucesso no Nordeste. Em 1953, a cantora Marlene lançou em disco mais uma canção de João “Estrela miúda”, que também teve êxito. Após isso outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria. Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a ideia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro.

Participou desse espetáculo ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 “Se eu tivesse o meu mundo” (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do Show Opinião, no Rio de Janeiro.

João do Vale tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores como “Peba na pimenta” (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e “Pisa na fulo” (com Ernesto Pires e Silveira Júnior) e “baião de 1957” gravado por ele mesmo são grandes exemplos. Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que no ano anterior, havia produzido o LP “João do Vale convida”, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco “João Batista do Vale”, que ganhou o prêmio Sharp de melhor disco regional.

João do Vale partiu para o andar de cima em 6 de dezembro de 1996, mas é considerado até hoje um dos maiores e mais inspirados cantores de toda a história da MPB e por isso é reverenciado por milhares de fãs em todo o Brasil. Infelizmente, o artista fez parte de uma geração marginalizada da música popular, porém seu nome continua forte no cenário nacional e é constantemente lembrado por diversos artistas que ele ajudou a catapultar.

*Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações retiradas da internet)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Resenha - Eletrofan e Vespas Mandarinas – Sesc Araraquara 13-02-2011

Já fazia tempo que um domingo a tarde não parecia ser tão promissor em Araraquara. O calor estava infernal, mesmo assim a galera colou em peso no Sesc para conferir o som das bandas Eletrofan e Vespas Mandarinas, certeiramente escaladas pela produção do local.

A platéia que chegava de toda a região misturava rockeiros (as) antigos, pessoal da nova geração, famílias de banhistas devidamente trajados (é sério), respeitáveis senhoras sentadas em frente ao palco acompanhando atentamente o espetáculo, casais de namorados, crianças afoitas correndo pra lá e pra cá entre outros seres não muito comuns neste tipo de evento, mas tudo gente fina da melhor qualidade. No palco a promessa era de rock and roll sangue nos olhos, e já na passagem de som o bicho tava pegando geral.

Após os devidos ajustes, a banda araraquararense Eletrofan subiu ao palco para dar início ao espetáculo. Já conhecida por boa parte da galera, a tropa abriu o show com Slow growing seed, uma das músicas mais legais do recém lançado álbum Day Sky/Night Sky, e foi aplaudida por um público em êxtase.

Após o início feroz, mais uma coleção de sons de primeiríssima linha foram despejados nos ouvidos da galera. Músicas como Naked in My Mind, Getting Better, Like a Vampire, Girlfriend Curse, Get Me Wrong quase botaram o palco abaixo. Quando todos já estavam mais que satisfeitos, dois coelhos saíram da cartola para incendiar o palco já efervecente. A cantora Ekena Monteiro, que participou da execução de Why Don´t You... e Chuck Hipolito, que acompanhou o quarteto na maravilhosa Impossible. Essa última, talvez o maior destaque de Day Sky/Night Sky, foi cantada em uníssono também pelo público.

Vale aqui uma menção especial ao baixista da banda, Ali Junior, que mostrou uma habilidade absurda no instrumento, fazendo a cozinha perfeita com a bateria destruidora de Mark Paschoal. Poucas bandas no Brasil têm o entrosamento destes dois seres.

Na guitarra, é importante dizer, um show a parte. Armado de uma Fender Telecaster preta (sonho de consumo deste que vos escreve) e seguindo a linha de gênios como Paul Banks, Jon Buckland e Mick Jones, o guitarrista Itaici Perez fez chover no palco do Sesc. Destaque especial para os timbres absurdos tirados que brotavam desesperados das caixas de som.

No vocal, Willian Albino foi o frontman ideal para uma banda entrosada e criativa. Me pareceu uma mistura perfeita entre Matthew Bellamy e Mike Patton. Precisa falar mais?

Após a apresentação da Eletrofan, pausa se 5 minutos para uma cerveja gelada e logo subiriam ao palco as Vespas Mandarinas.

Essa banda é um caso a parte. Formada por Chuck Hipolitho (Guitarra e voz), Thadeu Meneghini (Guitarra e voz) André Dea (Bateria – Sugarkane) e Flavio Guarnieri (Baixo – Sugarkane) os caras são um exemplo vivo de que ainda há vida e esperança dentro rock and roll nacional.

Antes do show, conversando com Chuck no balcão do restaurante do Sesc, enquanto esperava meu almoço, deu pra sacar que os caras estavam animados. A prova final veio do espetáculo armado pela tropa paulistana que com guitarras no talo, baixo bem alinhado e a bateria insana abriram caminho para um rock and roll alcoólico, com refrões fudidos e letras bem escritas.

Quem viu de perto as execuções de Cobra de Vidro, Livre Demais, Impróprio entre outras, sabe do que eu to falando. Fazia tempo que eu não via uma banda tão empolgada no palco, com direito a solos no melhor estilo Rolling Stones de Thadeu e Chuck e quebradas vibrantes de André e Flavio. O show foi mais curto do que a gente gostaria, mas nem por isso menos empolgante. Ao final, executaram Pesadilla Blues, misto de hard rock e blues e Sem nome (já conhecida pelo clipe). Após muitos aplausos e pedidos da platéia, fecharam os trabalhos com Flores, cover clássico dos Titãs. Simplesmente Foda.

Domingo à tarde, duas bandas ferozes, num lugar bacana (que incrivelmente fica no interior) e com entrada gratuita. Quem ficou em casa não sabe o que perdeu. Quem foi ao show sabe o que ganhou. Conclusão, nem tudo está perdido, muito menos o rock. Eletrofan e Vespas Mandarinas que o digam!

Vocês podem conferir mais fotos nesse link: http://migre.me/3T8nv

Fotos: Elsonora Press
Quem tiver fotos do show, manda aí que eu posto e dou os créditos.

*Grandes mestres da MPB: Luiz Gonzaga

É com muito orgulho que trago para esta coluna dominical um pouco da história daquele que é um dos maiores nomes da música e cultura popular deste país de todos os tempos, Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido como Gonzagão ou Rei do Baião.

O homem nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, zona rural de Exu, sertão de Pernambuco, local que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocar.

Antes dos dezoito anos, apaixonou por Nazarena, uma moça da região e, repelido pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, ameaçou-o de morte, o que lhe rendeu uma sua por parte dos pais.

Revoltado, Luiz fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, viajou por vários estados brasileiros, como soldado.

Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar em bordéis e casas de show sem muita reputação. No início, apenas solava acordeão (instrumentista) tocando choros, sambas, fox e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros.

Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, após certo reconhecimento, foi contratado pela Rádio Nacional e lá conheceu o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Foi desse contato que surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.

Em 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.

Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odalisca Guedes deu à luz um menino. Luiz Gonzaga tinha um caso com a moça, iniciado provavelmente quando ela já estava grávida, e assumiu a paternidade do rebento, adotando-o e dando-lhe seu nome, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Gonzaguinha foi criado pelos seus padrinhos, com a assistência financeira do artista.

Em 1946 voltou pela primeira vez a Exu e o reencontro com seu pai é narrado em uma de suas composições mais famosas e emocionantes, Respeita Januário, parceria com Humberto Teixeira. Em 1948, casa-se com a professora pernambucana Helena Neves Cavalcanti e ambos adotaram uma menina que foi batizada com o nome Rosa do Nascimento, a Rosinha.

Seu maior sucesso, "Asa Branca" foi gravado em 1947 e desde então foi regravado por diversos artistas. Em 1954 teve seu auge de popularidade, e conseguiu um sucesso avassalador que lançou a moda do baião e do acordeom para todo o Brasil e até internacionalmente. Depois disso, com a ascensão da bossa nova, se afastou um pouco dos grandes centros e passou a se apresentar em cidades do interior, onde sempre continuou extremamente popular.

Nos anos 70 e 80 foi voltando à cena, em muito graças às releituras de sua obra feitas por artistas como Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gilberto Gil, seu filho Gonzaguinha e Milton Nascimento. Algumas de suas músicas mais conhecidas são Vozes da Seca, Algodão, Danado de Bom, Tá Bom Demais, O Xote das Meninas, Juazeiro, Asa Branca, Respeita Januária entre muitas outras.

O mestre Gonzagão partiu dia 2 de agosto de 1989 vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte e posteriormente sepultado em seu município natal.

Nota do colunista – Nasci em Crato, interior do Ceará, cidade encravada no Pé da Serra do Araripe, muito próxima a Exu e desde criança ouço Gonzagão por influencia dos meus pais. Meu pai, inclusive, define bem o que o mestre Luiz Gonzaga representa para o povo local. “Ele era o rei do nordeste, o reio do baião. De longe se via o chapéu do homem, de perto ele se fazia brilhar”.
 
Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações retiradas da internet)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Vagas de emprego para Jornalistas!

O mercado de comunicação está em franca expansão atualmente e as vagas de trabalho estão pipocando em diversas empresas do ramo da comunicação ou não.
Para ajudar aqueles que estão em busca de um emprego, ou mesmo de um estágio na área de jornalismo, comunicação empresarial, revisão, diagramação ou áreas correlatas, seguem algumas vagas que surgiram na internet nos últimos dias. Mais abaixo alguns links que disponibilizam vagas quase que diariamente. Fiquem todos atentos!

Vagas de emprego:

Estágio aberto para jornalismo na @tvesaocarlos - http://migre.me/3QmfB

CAMPINAS, SP - AN. REDES SOCIAIS - Agência Pitanga seleciona, c/ min. 6 meses exp. Até 14/2. http://bit.ly/h0vmRo

CURITIBA - Concurso do CRM-PR oferece duas vagas para jornalista. R$2158. Inscrições até 11/2. http://j.mp/hS0lAd

SP(V. Madalena)- ASSIST. COMUNICAÇÃO Instituto Sou da Paz seleciona até 14/2. Mais detalhes: http://bit.ly/ieTW41

SP-ASS.IMP p/atendimento a núcleo de gestão e saúde. Exp. em saúde e inglês fluente. CV para cristiane.fernandes@xcomunicacao.com.br

SP-ASS.IMP exp. em TI, p/atendimento pleno. CV p/ katia.silva@agenciaideal.com.br

SP-REPÓRTER revista técnica seleciona. Pref. recém-formados, c/bom texto e conhecimento de inglês. CV p/ sm@arandanet.com.br

SP-ASS.IMP exp. áreas entretenimento, cultura e gastronomia. Trab. full-time. CV p/ euquero@idearia.com.br

SP-JORNALISTA TEMP. p/cob. BBB11 tarde/madrugada. Trab. 16-1h e aos fins de semana, das 18-2h. R$2500+VT+VR mariana.lanza@corp.terra.com.br

SP - JORNALISTA FRILA - portal de moda seleciona recém-formado. Mais detalhes: http://dld.bz/KwNY

Para mais vagas, sigam os seguintes perfis no Twitter:
http://twitter.com/umalauda
http://twitter.com/link_zero
http://twitter.com/vagasjornalismo
http://twitter.com/rederp

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O vôo da Eletrofan

O cenário independente brasileiro já produz grandes talentos há muitos anos. De todos os cantos do país brotam talentos dos mais variados estilos, especialistas em inventar novas maneiras de se tocar o bom e velho rock and roll.
Para quem, como eu, acompanha sagazmente o desenvolvimento dessa massa sonora, eu apresento uma das mais talentosas bandas cenário rock desse país.

Estou falando da banda Eletrofan, formada por Wilian Albino (vocais e efeitos adicionais), Itaici Brunetti (Guitarra), Ali (baixo) e Mark Paschoal (bateria) que é lá de araraquara e que acaba de lançar seu segundo álbum, intitulado Day Sky/Nigh Sky. O disco é um lançamento OBRIGATÓRIO para os fãs de rock neste país. A pegada pós-punk, as ótimas letras (cantadas em inglês) misturadas a toques de Muse, Interpol, Helmet e Joy Division fazem com que o som se transforme em um caldeirão de loucuras regado a timbres bem trabalhados, vocais enlouquecidos, linhas de baixo marcantes e batidas alucinadas.
Após ouvir (e curtir muito) o disco fui trocar uma idéia com o pessoal da banda aí está o resultado deste bate papo. Confira!

Quais as pretensões da Eletrofan com o novo álbum?
O objetivo é fazer as pessoas conhecerem a banda, e quanto mais pessoas ouvirem as músicas, melhor. O Eletrofan existe há algum tempo e sentimos que ela não foi apresentada a muita gente nesse tempo. Como estamos em uma nova fase e que consideramos a melhor da banda até agora, queremos aproveitar o momento para divulgar o novo álbum, fazer shows e levar o Eletrofan onde for possível. Parece que só agora nos encontramos musicalmente, e como banda também, então queremos aproveitar o momento, além de estarmos mais adultos para nos levarmos a sério como artista. Estamos empolgados com o novo álbum.

Quais as influências da Eletrofan?
Hoje cada um de nós leva suas influências musicais para a banda, mas sempre soamos como Eletrofan, isso que é o diferencial. O que você pode fazer é encontrar referências dentro das nossas canções. Tem muito de Muse, Interpol, Helmet, Joy Division, Trail of Dead,Afgham Whigs, tudo o que ouvimos. Sobre as letras estamos mais focados em sensualidade e relacionamento adulto do que em amor inocente.

A chegada de novos membros influenciou o novo som da banda?
Com certeza. O Júnior (baixista) e o Mark (baterista) que são músicos incríveis trouxeram suas influências para a banda, mas sem perdermos a identidade que criamos. Você ouve as músicas novas mas percebe que é o Eletrofan de sempre, mas com uma pegada diferente. Acho que estamos um pouco mais rock. Mais direto.

Onde vocês gravaram e como foi o processo de produção do disco Day Sky Night Sky?
Gravamos o álbum novo no Estúdio Nova em Araraquara, com a produção de Gabriel do Vale e masterizamos em Salto/SP no HP Estúdio, que já trabalhamos anteriormente. Tudo durante o ano de 2010. Compusemos todas as músicas novas durante os ensaios com os novos integrantes e tudo fluiu de forma natural, uma música atrás da outra, saia uma música por ensaio praticamente. Para completar as dez faixas do álbum reaproveitamos duas músicas da fase antiga da banda (Closed Smile e Relationship) e demos uma cara nova para elas. Para ilustrar resolvemos convidar o Chuck Hipolitho (da banda Vespas Mandarinas) para participar de algumas músicas e também a cantora Ekena Monteiro, de Araraquara.

Como está a receptividade do público?
Está bem melhor do que imaginávamos. Não sabíamos como as pessoas reagiriam á essa volta, se iam torcer o nariz ou gostar. Mas até agora temos ouvido muitos elogios, e elogios de pessoas do meio musical, que são formadores de opinião, músicos, público, e que tem um gosto que respeitamos muito. Isso nos anima bastante. Fizemos também uma apresentação na Tv Trama que recebeu mais de 2.000 visitas.Foi mais uma vitrine importante para nós.

Sobre a agenda? Há shows programados aqui para São Carlos?
Nossos próximos shows serão dia 12/2 em São Carlos no St. Patrick Pub, e 13/2 no Sesc Araraquara com os Vespas Mandarinas. Toda a galera está convidada!

Se você ainda não ouviu, faça isso logo, pois o disco é bom, é novo e está disponível nos seguintes endereços, www.myspace.com/eletrofan e www.tramavirtual.com.br/eletrofan. Vale a pena ouvir!

São-carlense lança biografias sobre Raul Seixas

A memória do maior cantor e compositor brasileiro de todos os tempos continua viva e movimentando admiradores em São Carlos. Estou falando do grande Raul Seixas, que acaba ter duas fases de sua vida escrita pelos olhos de Isaac Soares de Souza, amigo pessoal do músico e um de seus maiores admiradores.


Isaac conheceu a música de Raul em 1972 e após fundar o primeiro fã-clube do Brasil dedicado ao ídolo no ano de 1975, foi convidado pelo próprio para integrar seu círculo de amigos próximos. Isaac acompanhou Raul em diversos eventos e conviveu com o músico durante muitos anos em shows e na sua intimidade. Ele relembra passagens desse período de amizade com o ídolo com saudade. “O Raul era super humano. Se ele visse um mendigo dormindo na rua ele não se conformava de não poder ajudar. Ele dizia que um ser humano não poderia ver o outro em um estado como esse e ficar sem fazer nada para ajudar. Segundo ele, nós não estamos aqui na terra pra isso, nós estamos aqui para ajudarmos uns aos outros” afirma.

O escritor lança agora dois livros que abordam duas fases distintas da carreira do cantor. O primeiro se chamado Raul Seixas – O Verbalóide aborda passagens importantes e inéditas da vida e obra da carreira do músico, onde o autor aborda fatos que jamais foram publicados e apresenta uma fase muito pessoal da carreira de Raulzito. O livro é inclusive é autorizado pela família do artista.

O segundo livro, intitulado Raul Rock Seixas Brega, não é autorizado pela família do músico e aborda um lado pouco conhecido da carreira do cantor e que segundo o autor é renegado até mesmo pela família dele. “Essa biografia aborda o lado brega da música de Raul Seixas, e a família não gosta de divulgar essa fase da vida do cantor. Eles acreditam que essa seja uma fase vergonhosa da carreira do cantor. No que eu discordo totalmente. Eu acho essa uma fase fantástica” afirma.

Na década de 60 e 70 o Raul foi o maior compositor brega do país, além de ter tocado e produzido artistas na época da jovem guarda, entre eles o Rei Roberto Carlos. Isaac afirma que a família tem criado algumas restrições para que sejam publicados materiais relacionados ao artista, porém, como fã e amigo de Raul, resolveu publicar assim mesmo.“Hoje o Raul ainda vende mais de 300 mil discos anualmente. Muito mais que diversos “grandes” nomes que se consideram importantes dentro do contexto da música popular deste país” afirma. Neste livro, há letras inéditas do Raul, coisas que ele sequer chegou a gravar e que jamais foram divulgadas. Inclusive há uma letra chamada MPB - O sucesso é a tua prova, onde ele fala exatamente sobre o Brega.

O autor também já publicou biografias de artistas como Zé Ramalho e Bob Dylan, além de outra biografia sobre Raul Seixas e atualmente se dedica a biografia de Aleister Crowley, um influente pensador e ocultista do século vinte, que é tido como influencia por artistas de diversas gerações. Os dois livros recém publicados podem ser encontrados no site www.clubedeautores.com.br.

*Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página

* Grandes mestres da MPB - Jair Rodrigues

Jair Rodrigues de Oliveira, nascido aos 06 de Fevereiro de 1939 em Igarapava no interior de São Paulo, foi criado em Nova Europa, onde morou até 1954 e depois mudou-se com a família para São Carlos. Iniciou sua carreira em 1957, atuando como crooner em rádios e casas noturnas da cidade, que na época era famosa pela pulsante vida noturna da cidade.

Em 1958 Jair Rodrigues prestou o serviço militar no Tiro de Guerra de São Carlos, como Soldado Atirador nº 134, que na época era denominado TG 02-043. No início da década de 60 foi tentar o sucesso na capital do Estado, e conseguiu bastante reconhecimento participando de programas de calouros na televisão. Em 1965, Elis Regina e Jair Rodrigues fizeram muito sucesso com sua parceria no programa O Fino da Bossa, programa da TV Record.

Em 1966, Jair participou do festival da Record com a música Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, desta vez em conjunto com o Quarteto Novo. Conhecido por cantar sambas, Jair surpreendeu o público com uma linda interpretação da canção. Disparada e Banda, de Chico Buarque e interpretada por Nara Leão, eram favoritas. O festival acabou empatado. A partir daquele momento, sua carreira decolou e seu talento assegurou décadas de sucesso ao cantor. Jair lançou um álbum por ano e interpretou sucessos como O Menino da Porteira, Boi da Cara Preta e A Majestade o Sabiá. Realizou turnês pela Europa, Estados Unidos e Japão. Em 1971, gravou o samba-enredo Festa para um Rei Negro, da Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro.

Nas décadas seguintes, já com a carreira consolidada, Jair continuou seu legado de sucesso fazendo shows por todo o Brasil e também atuando em festivais no exterior, como Montreux e San Remo. Entre muitas músicas que se tornaram populares na voz de Jair Rodrigues estão "Triste Madrugada" (Jorge Costa), "Casa de Bamba" (Martinho da Vila), "Tengo-Tengo (Mangueira, Minha Querida Madrinha)" (Zuzuca) e "Vai, Meu Samba" (Ari do Cavaco/ Otacílio de Souza).

Jair Rodrigues continuou a lançar discos durante as décadas de 80 e 90. Já na segunda metade dos anos 90, ele se tornou um artista da gravadora Trama, de propriedade de João Marcello Bôscoli, filho de Elis Regina e lançou dois volumes de canções ao vivo que pontuaram sua carreira.

O disco que mais chamou atenção foi “Intérprete”, lançado em 2002, que tem produção musical de Jair de Oliveira, seu filho, que ainda assina a música “Mãe de Verdade”. “Intérprete” traz participações especiais de Lobão, Dominguinhos, Wilson Simoninha e Luciana Mello, também filha de Jair.

Jair Rodrigues continua conhecido por sua grande energia e sua alegria contagiante. Atualmente, Jair tem uma legião de fãs fiéis que a cada dia ganha mais adeptos e seus shows continuam empolgantes e animados como nos anos em que iniciou a sua carreira. Jair é pai de Luciana Mello e Jair Oliveira, nomes muito conhecidos da nova geração da música popular, e que continuam o legado de seu pai levando música de qualidade ao povo brasileiro. É isso amigos! Até semana que vem com mais um mestre da nossa música popular.
 
*Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações retiradas da internet)

*Grandes mestres da MPB – Jackson do Pandeiro

 O grande Jackson do Pandeiro, paraibano de Alagoa Grande, nascido em 31 de agosto de 1919, com o nome de José Gomes Filho, era filho de uma catadora de coco, Flora Mourão, que lhe deu o seu primeiro instrumento: o pandeiro. Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry.

A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado. Somente em 1953, já com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: "Sebastiana", de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: "Forró em Limoeiro", composto por Edgar Ferreira. No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com "O Canto da Ema", "Chiclete com Banana", "Um a Um" e "Xote de Copacabana". Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.

O fato de ter tocado tanto tempo nos cabarés aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele. Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Com seu apoio, nomes como Genival Lacerda, Antônio Barros, Bezerra da Silva, Anastácia, Jacinto Silva, Elino Julião e inúmeros outros conseguem mostrar a arte imortal do Nordeste. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, "Forró em Limoeiro", em 1953, até o último álbum, "Isso é que é Forró!", de 1981, foram 29 anos de sucessos

Jackson do Pandeiro morreu aos 62 anos, no dia 10 de julho de 1982, na cidade de Brasília, em decorrência de complicações de embolia pulmonar e cerebral. “Costumo sempre dizer que o Gonzagão é o Pelé da música e o Jackson, o Garrincha” – Alceu Valença.

Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações retiradas da internet)

*Grandes Mestres da MPB - Bezerra da Silva

A partir de hoje, vou colocar aqui uma série de textos referentes a grandes nomes da música popular brasileira que por um motivo ou por outro acabaram "ignorados" pela mídia, mas que representam e muito o verdadeiro sentido do termo música popular. Todos deixaram um legado mítico para a música popular deste país. Principalmente aquela música que vinha de baixo, onde o povo falava e a mídia da época não queria ouvir.


José Bezerra da Silva nasceu em Recife (PE) em 9 de março de 1938. Veio para o Rio de Janeiro aos 15 anos fugindo da fome e apenas com a roupa do corpo. Fez a viagem num navio que carregava açúcar. Passou então a trabalhar na construção civil como pintor de paredes e foi nessa época, lá pelos idos de 1949, que foi morar com no morro do Cantagalo (zona sul do Rio).

Iniciado na música pelo coco (estilo musical nordestino) de outro mestre, Jackson do Pandeiro, começou, em 1950 e suas primeiras composições, "O Preguiçoso" e "Meu Veneno", foram gravadas por Jackson. Seu primeiro foi gravado, em 1969.

Cantor e compositor de verve ácida, Bezerra da Silva atirou a vida toda contra as injustiças sociais. Uma boa demonstração disso é a faixa "Partideiro Sem Nó na Garganta" do disco "Presidente Caô Caô", na qual canta, "Dizem que sou malandro, cantor de bandido e até revoltado

Porque canto a realidade de um povo faminto e marginalizado". Ou então a faixa "Vítima da Sociedade" de seu disco "Malandro Rife", na qual afirma,

"Se vocês estão a fim de prender o ladrão. Podem voltar pelo mesmo caminho, o ladrão está escondido lá embaixo atrás da gravata e do colarinho".

Bezerra colecionava parceiros que compunham muitas de suas letras. Eles eram considerados os poetas dos morros. Entre os principais estão 1000tinho, Barbeirinho do Jacaré, Baianinho, Embratel do Pandeiro, Trambique, Zé Dedão, Popular P., Pedro Butina, Simão PQD, Wilsinho Saravá, entre muito outros. Alguns preferiam divulgar apenas apelidos, para não entrarem em problemas com a justiça (por questões musicais ou não).

Apesar de ser um campeão de vendas, Bezerra da Silva sempre foi muito marginalizado pela mídia. Essa por sua vez, preferia vangloriar artistas mais elitistas e “pseudo-intelectuais” que costumam se dizer populares, mas que jamais estiveram realmente próximos ao povo. Os shows de Bezerra da Silva sempre custavam preços populares. Ele dizia que seu público precisava comprar comida com o salário que ganhava, pois se o show era de música popular, deveria custar barato, ou até ser de graça.
Bezerra da Silva foi o rosto de uma parcela do povo brasileiro que a mídia insiste em esconder. Mas seu legado continua vivo e sua música, imortal como é, ainda atrai muitos fãs. Um viva ao mestre Bezerra da Silva!

*Da coluna Aperte o Play! Editada semanalmente no jornal Primeira Página
(Com informações retiradas da internet)